Em fevereiro, os Estados Unidos comemora o “Black History Month” (Mês da História Negra). A convite do CEO do Twitter, da Califórnia, nosso artista Diego Mouro fez três artes em celebração à data. Dois postcards foram distribuídos internamente para os Blackbirds, equipe da empresa voltada para questões raciais e formada apenas por funcionários negros, a outra ilustração ocupou o header da conta do Twitter Blackbirds (@Blackbirds, na rede social).
O “Black History Month” é uma comemoração anual, originalmente estadunidense, que relembra a contribuição de pessoas negras, em diáspora, na cultura e na política dos Estados Unidos. A data também é reconhecida por outros países como Canadá, Reino Unido e Países Baixos. Porém, na Europa, ela é comemorada em outubro. Diego Mouro conta que ficou muito surpreso com o convite e achou simbólico o Twitter ter escolhido um artista negro brasileiro para participar da ação.
-É muito relevante saber que o meu trabalho chegou a pessoas de fora do Brasil. Para mim, trocar com a comunidade negra de outro país é importante. Nosso país importa algumas pautas do movimento norte-americano. Então, é interessante ter esse diálogo com eles para que a gente perceba os atravessamentos similares.
Segundo o artista, as artes abordam um lugar comum e ordinário. Mouro destaca que fala sobre a beleza da negritude nas coisas cotidianas, que podem passar despercebidas. O muralista fala que as criações para a campanha foram feitas através de lembranças e símbolos identitários da formação afro-brasileira.
-Coloquei a favela na capa do Twitter como algo louvável, além disso, um dos postcards tinha o “loiro pivete”. Ambas os símbolos são fundamentos da construção negra periférica, assim como nossa brasilidade, mas ao mesmo tempo são criminalizadas. Por isso, é importante inserir essas imagens em contextos que possam ser vangloriados.
Diego ressalta que mesmo que as artes falem de um contexto brasileiro, elas abordam vivências comuns a pessoas negras em diáspora. Ele conta que, no primeiro momento, a empresa não queria a figura de crianças na campanha, porém para ele era essencial.
-A nossa defesa foi que as vivências da infância também precisam ser reconhecidas. É necessário reconhecer a grandiosidade das experiências negras na infância e como elas vão se desenvolver. A forma como construímos o hoje vai refletir o futuro dessas crianças da comunidade preta.
Este foi um dos poucos trabalhos que o nosso artista já realizou digitalmente, já que a maioria de suas produções consistem em pinturas em quadros ou grandes murais. Segundo ele, essa proposta foi diferente por conta da importância e do alcance.
-A ideia inicial era fazer uma pintura, mas por conta dos prazos mudei os planos. Para mim, o processo digital é mais racional, pois a pintura me coloca em contato com a matéria e isso torna o trabalho passível de improvisos, o que eu gosto. Fazer esta produção digitalmente foi um grande desafio, mas eu gostei do resultado. Tentei trazer um pouco do aspecto do meu trabalho em telas, principalmente as texturas.
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