Museu de Arte de Rua

Na estação Vila Aurora, em São Paulo, Wira Tini reflete sobre a crise climática e a resiliência dos povos amazônicos em um mural realizado para o Museu de Arte de Rua

 O mural “O que me levava, hoje eu que levo”, de Wira Tini, artista representada pela Aborda, destaca os desafios enfrentados pela Amazônia em meio às mudanças climáticas e às secas severas que afetam a região. Realizada no âmbito do Projeto MAR – Museu de Arte de Rua –, com recursos da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, a obra ocupa 10 metros por 10 metros na estação Vila Aurora da CPTM.

A obra retrata uma mulher ribeirinha equilibrando na cabeça um tronco que se transforma em canoa, símbolo potente da criatividade e da resiliência dos povos amazônidas. Sobre o tronco, elementos como a vitória-régia, o tucupi e uma casa sobre palafitas evocam o cotidiano e a cultura da região, expressando a conexão entre seus habitantes e o território. Ainda assim, a pintura alerta para a crise ambiental que fragiliza as bases dessa relação. 

A escolha de amplificar a figura da mulher também dialoga com a força conceitual do mural. “Ao dimensionar a mulher para o tamanho do edifício, Wira Tini proporciona um sentido conceitual à sua pintura. A personagem se torna uma figura gigante, em um sentido figurado, ampliando suas potencialidades humanas de enfrentar desafios e superar adversidades”, observa Aline Moraes, curadora da Aborda.

Foto: Devir Produções

Clima, Cultura e Impacto Social na Amazônia

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que, nos últimos anos, a região tem registrado secas mais intensas e frequentes, impulsionadas pelo desmatamento acelerado. O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) ressalta que o aquecimento global, aliado à exploração descontrolada dos recursos naturais, intensifica os efeitos das queimadas e reduz os níveis dos rios, impactando diretamente as comunidades ribeirinhas. Essas condições ameaçam não só a biodiversidade, mas também a segurança hídrica e alimentar de milhares de habitantes.

Na obra, a artista propõe uma leitura que integra os impactos ambientais à vivência das comunidades. “O casco ou a canoa simboliza a seca. Muitos ficaram isolados em seus territórios porque os rios por onde caminhamos e navegávamos desapareceram. Quem olhou para o Amazonas quando os animais morreram sem água para beber? Quando os botos foram encontrados sem vida por crianças? Este mural é sobre a nossa luta, sobre o peso que carregamos e a força que temos para resistir”, afirma Wira Tini.

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