Em 2020, nosso artista agenciado Diego Mouro realizou um mural em homenagem à Congada de São Benedito, de Gonçalves, Minas Gerais. A pintura foi feita na região central do município e recebeu o nome de Muro das Honrarias. Todo o apoio do projeto foi dado pela prefeitura da cidade em parceria com o Giro na Cidade, que também constrói um inventário da congada local, que já é tombada como patrimônio imaterial.
São Benedito tem mais de 125 anos de história e é o único terno, grupo de manifestação popular afro-brasileira que celebra publicamente a fé por seus antepassados e por seus elos de pertencimento, de Gonçalves. Diego Mouro ressalta que o objetivo do mural é que as pessoas falem desta tradição e a valorizem.
-Tentei trazer na arte a história e a alegria que existe no cortejo. Também quis mostrar a emoção que eu sinto quando eu ouço os integrantes da congada falarem. É uma forma de perpetuar essa cultura negra que ainda recebe pouco valor.
A arte possui cores fortes, destaca símbolos religiosos e retrata personalidades importantes do grupo. Um deles é o capitão Ivo Sebastião da Silva, que faz parte da congada há 55 anos. Nosso artista levou nove meses entre a pesquisa e a entrega da arte, que foi feita em agosto de 2020.
A produção artística de Diego Mouro envolve a retomada de saberes e práticas ancestrais. O muralista transforma o processo em um ritual que busca resgatar o passado numa ponte para a construção de novas narrativas de futuro e ressignificação do presente.
Fazer um projeto como esse, permite que o artista faça sua pesquisa de forma profunda e também estabelecer uma relação com o objeto retratado. Estas produções permitem que saberes e culturas sejam perpetuadas através do mural.
Congada, congado ou congo é uma manifestação cultural e religiosa que nasce na cultura negra brasileira. A celebração é um momento de louvar Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia. Além de lembrar a proteção que esses santos deram aos negros escravizados. Em algumas congadas, se recorda a figura de Chico Rei. No ato também há a criação de um rei e uma rainha. Se acredita que o costume veio do Congo, país localizado no continente Africano, quando os súditos faziam o Cortejo aos Reis Congos, a fim de agradecer os seus governantes. Hoje, a tradição é uma mistura entre crenças trazidas pelos africanos e o cristianismo.
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