Por: Carolina Herszenhut
Discutir novas narrativas tem se tornado cada vez mais urgente, seja para que sejamos agentes na construção das nossas historias, seja para que hajam alternativas aos discursos que nos são oferecidos.
Meu trabalho com cultura e arte sempre esteve atrelado a construção de novas narrativas, desde que comecei a produzir eventos em 2012 quando criei O Cluster, que veio a se tornar a principal plataforma de economia criativa do Rio de Janeiro, esse era o meu objetivo ter um contra discurso para aquilo que me era oferecido. Trabalhei produzindo, registrando e canalizando toda uma produção criativa que acreditava precisar de holofotes.
Lembro que quando lancei meu livro o “Guia O Cluster Cem Criativos Cariocas” escrevi na apresentação:
“…Registrar a cultura é preservar a nossa memória, proteger a autoria de quem faz, estabelecer um valor de mercado e, o mais importante, reunir todas essas informações valiosas em um só lugar, para que nada disso se perca…”
Essas e outras iniciativas sempre foram feitas para que no futuro nossas memórias pudessem ser formadas a partir de discursos plurais, fiz isso durante muitos anos de forma empírica, buscando meus próprios mecanismos e meios até que tive contato com o se conhece por “FUTUROS ESPECULATIVOS”.
Minha intimidade com o tema começou quando conheci o Iris, um projeto idealizado por Fran Limberger e Juliana Proserpio, que tem por objetivo mapear os futuros desejáveis para o feminino, a partir de diversos conceitos, mas sobretudo a partir do que elas chamam de “Futuros desejáveis”.
“é a partir do design que transformamos realidades e projetamos o mundo que queremos viver” — Fran Limberger, idealizadora de IRIS.
Foi nesse momento que entendi que todo o trabalho que eu fazia poderia ser aprimorado a partir dessa ciência que até então só conhecia fazendo. Dessa forma entendi que para discursos como os que estava criando havia uma técnica e que tudo já estava sendo estudado.
Uma das coisas que que aprendi foi que pensamos o futuro de forma preditiva, que nada mais é do que pensar um curso natural das coisas como: nascimento, crescimento, casamento, filhos, velhice e morte, ou mais do que isso, prever o futuro analisando o passado, por exemplo: se nos últimos X anos foi assim, precisamos de mais Y anos para fazer “tal”coisa.
Porém o que foi um divisor de águas para mim e consequentemente para o meu trabalho foi quando eu entendi que poderíamos construir novos futuros usando a simples expressão:“E SE?”
“Não é sobre predizer o futuro, mas em usar o design para investigar todas as possibilidades e abrir a discussão, o debate e assim coletivamente definir o futuro preferível de certo grupo de pessoas: de empresas, a cidades, a sociedades.” — Speculative Everything, Dunne & Raby
E esse texto é sobre isso, como essa metodologia me auxilia e pode nos ajudar a criar novos discursos num momento onde tantos movimentos urgentes fazem usos de novas narrativas para a construção de futuros melhores. E como elas mesmo dizem, para criar futuros algumas premissas precisam ser vistas e duas delas são impensáveis que não sejam sempre levadas em conta: ÉTICA e DIVERSIDADE.
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