Mudar o próprio pensamento e a essência, este é o significado da palavra “Metanoia”, que nomeia a nova série de pesquisas do nosso artista agenciado Alberto Pereira. O projeto se iniciou através de uma chamada digital onde o artista recebeu fotografias antigas de adultos afro brasileiros em momentos afetivos, leves e alegres. As primeiras produções de lambe lambe com as imagens foram realizadas no Mês da Consciência Negra de 2020, na programação da Secretaria de Cultura de São Paulo, e nas ruas de Florianópolis.
Segundo Alberto, “Metanoia” tem como objetivo reconstruir e construir imagéticas positivas da população negra brasileira e assim refutar as variadas representações sociais violentas e negativas. Ele explica que o trabalho promove a interlocução entre memória afetiva, arte pública e fotografia preta.
– Esta pesquisa dá luz à uma retórica decolonial. A cada imagem, ela contribui com um novo olhar de si, do outro e de nossa própria história. Engloba a estética e formas para o passado, presente e futuro de pessoas afro brasileiras.
Foram quatro murais realizados na programação da Secretaria de Cultura de São Paulo. Dois deles estão localizados na Zona Leste de São Paulo, um na Zona Sul e o outro na Zona Oeste. Para a realização dos lambes no Mês da Consciência Negra, Alberto contou com o auxílio dos artistas Raul Zito, Vander xCHEx e Roni Evangelista.
O artista visual e comunicador ressalta que vê a pesquisa como um processo de reflexão sobre as obras que tem criado em sua trajetória. Ele conta que agora busca criar a partir de outros gatilhos que não sejam os da revolta, que em sua visão, atravessam a população negra de forma cotidiana em diferentes níveis.
– Ainda estou buscando narrativas. As fotos selecionadas são usadas de acordo com o espaço e o contexto que vou colar. Os registros demandam um ponto de vista técnico, com tratamento de imagem, já que normalmente, são fotografias caseiras. Além disso, tenho um certo cuidado de como, onde e porque vou colar aquela imagem em determinado local.
Outro mural da série “Metanoia” foi feito em Florianópolis, Santa Catarina, na saída do Morro da Mariquinha a convite do Projeto Cidades Invisíveis. A iniciativa inaugurou a maior galeria de arte pública do estado junto ao Street Art Tour Floripa. A arte também teve a participação de Carlos Bobi.
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