Nossa artista Priscila Amoni iniciou, em 2021, uma nova série. “Encantadas” surgiu após o período de licença maternidade da artista. A obra “Apanhadora”, realizada no no Festival Nacional de Arte de Rua, edição de 2021, foi o lançamento da nova pesquisa.
Amoni conta que a ascensão e cura do feminino ainda estão presentes em suas obras, mas agora a partir da perspectiva de gerar e criar um bebê. Segundo ela, as crianças são retratadas como um ser encantado que vem para indicar o futuro. Priscila explica que é uma visão esperançosa, como uma fagulha que vem para iluminar o caminho.
A obra “Apanhadora” foi a primeira empena da cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais. A obra também marca o retorno da artista na pintura de grandes murais, após o período de licença.
– O nome da arte vem da ferramenta que a criança carrega nas mãos. Ela está olhando para baixo, mas o olho que enxerga tudo o que precisa ser visto é o da onça. Além disso, a menina possui um coração e uma faca na mão, para demonstrar que ela é uma coletora do essencial. Para mim, retornar aos festivais é importante pois simboliza um reencontro comigo mesma, minha individualidade, feminilidade e vida profissional.
Priscila Amoni ressalta que a mistura da figura de crianças com a de animais é para mostrar o lado espiritual delas, como se fossem seres de poder. Segundo a muralista, a onça também se conecta com a brasilidade, o Brasil profundo e decolonial.
– O nascimento do meu filho coincidiu com a pandemia. Neste período eu vivi no Acre, bem próximo a floresta. Então, essa série também retrata os encantamentos, magias e feitiços acessados por medicinas não tradicionais, que não são da ordem eurocêntrica. A aparição dos bichos tem a ver com a integração com a natureza, com outras formas de vida, de cultura e de manipulação da energia.
Priscila ressalta que crianças de todos os sexos serão retratadas nas obras de “Encantadas”, pois para ela, são seres além do gênero, são uma indicação do futuro.
– Nesta pesquisa demonstro a minha relação com as crianças. Vejo elas como uma potência, que pode trazer a cura do feminino para todos, mulheres e homens.
Em uma visita a cidade do Rio de Janeiro, em dezembro, Amoni realizou o segundo mural da série. “Fecha e Abre” foi pintado na Galeria da Providência, exposição de arte urbana a céu aberto localizada no Morro da Providência. A pintura fala sobre proteção no plano material e das visões que guiam o plano espiritual.
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